Ninguém conta o que escolaridade tem a ver com economia, mesmo sendo motivos de extrema importância- há menos que você não se importe. Cerca de R$300 bilhões são perdidos a cada geração diante a baixa escolaridade e o país deixa de crescer 0,5% do PIB ao ano (Banco Mundial, 2007). O PIB apresenta a soma de todos os bens e serviços produzido em uma localidade, essa soma mostra os possíveis levantamentos na economia. Esse levantamento pode apresentar problemas e comparações com outros espaços geográficos o que pode permitir que façamos mudanças para uma melhoria.
É importante compreender a relação entre o rendimento econômico e o nível de escolaridade, de maneira direta, um influencia no outro. A educação tem um papel central para o aumento da produtividade, ou seja, quanto maior for seu grau de ensino, melhor é o cargo do indivíduo. A riqueza de um lugar segundo o ponto de vista econômico, é medida a partir da base de recursos possuídos pela comunidade, Lima e Diniz (2016) afirmam que os indicadores de riqueza da comunidade refletem a base de recursos sobre a qual o governo extrai a receita pública. A ideia de que a educação produz riqueza se fundamenta nos pressupostos da teoria do capital humano (TCH), a qual estabelece que a educação traz como efeito a aquisição de conhecimentos e habilidades.
O fato, é que o sistema educacional também precisa de mudanças. A educação financeira nas escolas já é lei desde 2017 e desde então existe uma dificuldade em ver isso em pratica nas escolas públicas, de alguma forma esse conteúdo sendo aplicado faria com que criança e adolescente evitassem riscos futuros e tivessem um planejamento econômico melhor para que seja possível não faltar nada. Sim, a falta de discernimento em torno da economia também é um problema, não somente dessa matéria, em um todo, todas são importantes. O que leva a desigualdade por sua vez é que em escola particular sempre há uma relevância de conteúdos aplicados na grade. Classes mais pobres da população enfrentam dificuldades maiores de acessar a educação, isso inclui as diferenças de oportunidades entre os mais ricos e pobres, o que nos leva novamente as vagas de empregos que são preenchidas por aqueles com maior qualificação educacional.
Não é que nada tenha sido feito para melhorar, é que a baixa escolaridade tende a interferir na qualidade de vida das pessoas. Como citado antes, os empregadores normalmente contratam seus funcionários de acordo com o grau de conhecimento adquirido através de escolas e universidades, caso seu nível seja baixo a vaga não será sua e assim acaba por não ter uma renda. O salário é outro fator que causa extrema desigualdade, como visto no documentário Ilha das Flores dirigido por Jorge Furtado em 1989, o dinheiro faz falta para muitas pessoas. A questão aqui não é a riqueza extrema de esbanjar dinheiro, e sim de pelo menos ter uma alimentação digna e de um país com o IDH melhor, o que muitas pessoas não tem por falta de condições financeiras. Como mostrado no filme, a saída para algumas pessoas é sobreviver do lixo e infelizmente isso é uma realidade mostrada diariamente nos jornais através de reportagens.
A hora de falar sobre mudanças é quando examinamos dados que mostram o quanto a baixa escolaridade afeta a população. Violência, gravidez precoce e drogas são algumas das consequências disso. A gravidez precoce por exemplo, segundo um estudo feito pela UNFPA, traria para as jovens mães três vezes menos chances de conseguir um diploma ou emprego e que no trabalho, elas ganham 24% a menos do que aquelas com mesma idade, porém sem filhos. Dados do IBGE apontam que de 6 a 10 jovens mães não trabalham ou estudam. No relatório do Banco Mundial do Brasil, estima-se que se a gravidez fosse adiada para depois dos 20 anos, a produtividade do país aumentaria em US$3,5 bilhões anualmente.
A projeção desses dados para os tempos atuis nos faz refletir sobre a ausência de incentivo aos estudos, o incômodo gerado é porque esse efeito causa situações precárias na vida do ser humano, em contrapartida ao crescente nível de pobreza no país. Tomados por problemas que no momento se encontram sem soluções, seguimos de mãos atadas.